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Ter uma conversa por skype não sacia. Para além das imposiblidades físicas da comuta digital, somos confrontados com a nossa imagem, com um eco impeditivo. Há um fantasma num canto do ecrã que repete os nossos movimentos com atraso. Mediamos cada interação pela autoconsciência, pelo autopoliciamento. 

É um jogo em que estamos sempre a perder, porque a outra figura raramente desiste e tudo o que pode ser genuíno neste meio se esvai. É fulcral aferir que existe também uma tremenda falta de humanidade no aparelho que medeia olhares, impossibilitando-os. Depois da dita diacronia tecnológica que impede não só cantar canções em conjunto com também olhar pessoas nos olhos, estes são aparelhos que por razões técnicas não são apetecíveis de ver, claro que existem os computadores bonitos, no entanto, comparados a beleza humana nada são. E no fim de contas, esta tecnologia é comparticipada apenas pela visão e pela audição e sabemos que as leis internas da presença vão além destes, que se julgam também pelo tato, pelo cheiro e por outros mais etéreos que muito dificilmente cabem numa linha telefónica.

plano contra plano

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